Psicólogo, ator, artesão...Xiii, muita coisa fora da caixinha, viu! Ele gosta de escrever poesias, gosta de artesanato e aqui vai falar de Psicologia, arte, cotidiano. Isso pode doutor? Pode sim. Pode isso e muito mais. Pois estamos em processo de construção. E só aceitando a pluralidade que somos, é que vamos conseguir marcar nossa individualidade. Ah, você sabe, aqui você encontrará isso e muito mais. Afinal, você está no blog Coisas do Luiz.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Tenho sede de relações reais e você?
No livro Tornar-se pessoa, Carl Rogers diz "uma outra consequência desta aceitação de mim mesmo é que as relações se tornam reais. As relações reais tem o caráter apaixonante de serem vitais e significativas" (p. 29, 1961) Confesso que às vezes tenho sede, careço de relações reais, apaixonantes. Careço de gente. Sabe gente que "sangra" e que não é superman? (Vai um spolier do filme kkkk). Bauman em Amor líquido (2003) nos convida a refletir sobre a fragilidade das nossas relações, dos nossos vínculos e dos nosso laços. Fico a pensar: qual o cuidado que estamos tendo com nossas relações? São "relações de bolso" - segundo Bauman - onde só a procura quando precisamos? Ou relações "vitamina C" que facilmente se dissolvem, diluem? O texto aqui não tem caráter acusador, nem inquisitor. Mas de fazer refletir num mundo cada vez mais virtual como andam nossas relações reais. Nossos contatos ao vivo e em cores. Sempre penso que minha relação comigo mesmo já é sinal desse cuidado (ou não) que tenho com o outro. Então, sou verdadeiro comigo mesmo? Assumo minhas verdades? Entro em contato com meus demônios? Aceito-me incondicionalmente? Ou até eu mesmo coloco condições para me amar? Se eu faço isso comigo, então como vou ser sincero com o outro? Aceitar o outro? Dizer verdades sobre mim a este outro se eu nem as disse a mim mesmo? É tenho sede de relações vivas, cruas, reais! Mesmo hoje com as redes sociais e, especificamente, whatsapp, ouso acreditar na possibilidade de um laço real com o outro. Basta que ambos queiram, estajam, disponíveis a isso. Bem, escolhi a imagem e a frase na foto, retirada do filme Poder além da vida (filme que amo e que sempre indico para meus clientes) justamente por ser uma frase que tem a ver com os questionamentos acima. Afinal, você cuida das suas relações? Tem prestado atenção nelas? Nas pessoas? No que você fala ou no que não fala? No início de Março, fique refletindo sobre minhas posturas com um amigo. Me peguei reclamando, exigindo mudanças, me cansando. Dai parei e refleti: "nossa Luiz, como você tem murmurado, reclamado, tem sido o chato da relação." E me vi diante da máxima "mude você, e o outro mudará". Mudei minha postura no outro dia, e a relação melhorou. A questão é que não mudei para que o outro mude, mas mudei porque me vi impelido diante do meu egoísmo diante das minhas relações. Diante das minhas exigências para o outro, sem exigir primeiro de mim. Por fim, continuo a indagação: que cuidados você tem com seus laços afetivos? Eles são laços ou nós?
Luiz Carlos Filho
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Sim, muitas vezes me pego sendo a chata da relação que quer mudar e organizar a vida de todos. Na verdade isso é um reflexo de quando preciso organizar a minha vida e mudar atitudes minhas.
ResponderExcluirAdorei a indicação do filme, vou procurar.
bjos.