quinta-feira, 7 de abril de 2016

Não buscamos encontros, buscamos exigências

Você ja percebeu como nós estamos nos relacionando? Ou ao menos tentando nos relacionar?
Por que será que tantas pessoas estão solteiras? Não que exista uma obrigatoriedade do estar com alguém. Apesar da nossa  cultura, educação apregoarem isso. É o modelo colonial ou de comercial de margarina: nasce, cresce, estuda, namora, casa, trabalha, tem filhos e morre. Fora  desse padrão, já imagina os questionamentos  que você causa ou sofre. Mas enfim, voltemos ao foco do texto. A solidão de muitas pessoas devido às suas exigências. Estava essa semana conversando em um grupo de whatsapp e muitas pessoas reclamando estar solteira. Então, levantei a reflexão: percebe que estamos "solteiros" e "reclamamos " mas nós somos responsáveis por isso? Porque você "até quer namorar", "ter alguém" porém ela tem que se vestir de tal forma. E aí começam as exigências: ah, nao gostei do jeito que ele fala. Não  gostei das roupas dele. Não  gostei do jeito dele. Não  gostei dos amigos dele. Não  gostei porque ele não  trabalha. Não gostei porque ele trabalha demais bla bla bla. E dessa forma, não buscamos pessoas. Nós buscamos padrões, perfeições. E por mais modernos que sejamos em pleno século XXI ainda esperamos o "Príncipe encantado" dos filmes, ou o mocinho galã das novelas e filmes. Ou seja, muitas das nossas frustrações amorosas são porque "somos filhos da sessão da tarde e das novelas". Idealizações que nos exigem e nos frustram. No entanto, fico a pensar que o mais prejudicial disso é que nós, agindo assim, não nos permitimos ENCONTRAR o outro. Porque não buscamos encontrar PESSOAS e sim EXIGÊNCIAS. E perdemos a possibilidade de viver encontros. Encontros simples, gentilezas simples que vão se construindo nos ENCONTROS. Encontros esses entre pessoas diferentes, que erram, que não são perfeitas e que se permitem. E aí sim, ele não se veste daquele jeito que eu queria, ele não age daquele jeito que elegi como "certo", porém ele tem tantas outras coisas que me fazem bem por estar aqui nesse "encontro" de vida  comigo. E mais, eu também não sou essa perfeição para exigir do outro isso e ele me aceita nesse "encontro de imperfeitos" para tentarmos viver, escrever algo que não precisa ser eterno, ser casamento. Só precisa mais uma vez se libertar das exigências e tentar!

4 comentários:

  1. DOUTOR Luiz! Meu lindo! Bom, eu amo estar solteira; mas realmente, somos criados dentro de padronizações. Do uniforme escolar à farda no emprego, chegando a alguns absurdos como certa cor de batom ser olhada torto no ambiente de trabalho ("unha vermelha, tudo bem. Mas batom vermelho junto parece coisa de quenga", dá para acreditar?). E a gente até aceita...
    Depois de entrar para o teatro, comecei a observar melhor as pessoas. Parametrizamos demais! Um homem de certa religião não é bem visto se usar barba. Uma religiosa tem que ter certa altura de saia, certo vestir. Estudar certos cursos não é para pessoas de boa reputação. E reputação parece ter-se baseado cada vez mais em expectativas do que em critérios de respeito autênticos. O problema é que, por conta desse olhar falho sobre as pessoas, temos agora dificuldade em aprender esse respeito verdadeiro e mais honesto com todos. O verdadeiro autorespeito.
    Estou solteira. Admirando melhor as pessoas. Deixando que elas me vejam como sou de verdade e naturalmente, isso não agrada a todos.
    Mas isso também é mais verdadeiro, então ganhamos com isso. Tem alguém com um coração de verdade por aí, que vai acabar topando com o meu pela frente!
    Será divertido, com certeza!
    Um "xêro", bem grande, felicidades e sucesso! Parabéns pelo blog.

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    1. Obrigado Nucha pela sua linda partilha de ideias. Volte sempre é nos enriqueça. Gratidão. Beijos.

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  2. Poxa, excelente texto. Um tapão na cara de muita gente, inclusive na minha!

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